Este projeto, revelou-se um aliciante trabalho de engenharia de reabilitação estrutural, em que se manteve parte do existente no âmbito do programa de arquitetura, pretendendo-se no final obter um edifico reabilitado/
O projeto de licenciamento, alterações, estruturas e fundações dos edifícios, com dois pisos, sito na Rua do Facho 35 e 19, em Óbidos, destinados a alojamento local, foi, por isso, elaborado respeitando o programa relativo ao projeto de arquitetura e efetuado com base em análises estruturais com modelos simplificados construídos através do programa de cálculo automático, já convenientemente utilizado e testado. A estrutura adotada, indo de encontro à filosofia do programa de arquitetura, foi mantida no essencial do sistema estrutural, nomeadamente as paredes exteriores.
O estado de degradação em que se encontrava a restante estrutura, nomeadamente ao nível dos pavimentos e coberturas, resultado sobretudo de infiltrações, e a necessidade de adaptar o edifício aos atuais padrões de conforto implicou na prática a demolição de partes significativas das estruturas interiores existentes.
Entendeu-se que a nova solução estrutural deveria passar, na medida do possível, por uma solução relativamente ligeira, não deixando de responder ao desafio das novas cargas e sobrecargas, mas procurando, em simultâneo, uma aproximação ao estruturalmente existente, evitando grandes reforços estruturais e de fundações. Preconizou-se, assim essencialmente, uma estrutura ligeira em madeira constituída por pavimento com vigas e painéis de madeira, para todas as coberturas do edifício.
No edifício principal esta estrutura foi encarada através de uma lâmina de argamassa armada conectada pelo interior das paredes que foram mantidas. Para garantir o funcionamento adequado da estrutura sob as ações horizontais, todo o conjunto constituído por alvenarias pedra foi reforçado.
Na conceção global da estrutura e no dimensionamento dos seus elementos consideraram-se, para além dos aspetos da segurança estrutural e economia, as indicações mais recentes em termos de qualidade do comportamento estrutural e de durabilidade.
A conceção estrutural foi integrada por forma a aproveitar ao máximo os diversos sistemas estruturais na verificação geral da estabilidade, sendo o valor adotado para a espessura da laje e para as dimensões das vigas, fundamentalmente justificado com base na garantia do seu bom comportamento estrutural, nomeadamente no que se refere à sua deformabilidade e resistência, para as cargas de utilização. O pavimento térreo foi constituído por um massame sobre um enrocamento assente sobre o terreno devidamente compactado.
Tendo em conta as condições referidas e as cotas de fundação previstas, adotaram-se fundações diretas, tendo-se considerado neste projeto, uma tensão admissível igual, nomeadamente no que se refere à sua deformabilidade e resistência, para as cargas de utilização. O pavimento térreo foi constituído por um massame sobre um enrocamento assente sobre o terreno devidamente compactado.
Tendo em conta as condições referidas e as cotas de fundação previstas, adotaram-se fundações diretas, tendo-se considerado neste projeto, uma tensão admissível igual a 0.20 MPa, para as ações máximas de serviço.
Adotaram-se, em geral, os critérios de dimensionamento correntes para este tipo de estrutura, tendo em consideração as verificações de segurança aos Estados Limites Últimos e de Utilização.
Teve-se em particular atenção à limitação de deformação, de forma a evitar danos em elementos não estruturais, e à eficiência da estrutura do ponto de vista da resistência às ações horizontais.
Para além dos aspetos de segurança teve-se, também, em consideração a economia, a compatibilidade com a arquitetura e a eficácia na ligação com as outras especialidades.
PAULO ALMEIDA RIBEIRO
Documentos normativos tidos em consideração:
Norma Portuguesa EN 206-1 Betão – Comportamento, Produção, Colocação e Critérios de Conformidade.
LNEC E464 – Betões, Metodologia Prescritiva Para uma Vida Útil de Projeto de 50 e de 100 Anos Face às Ações Ambientais Regulamento de Segurança e Ações em Estruturas de Edifícios e Pontes, RSA.
Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado, REBAP.
Eurocódigo 3, Projeto de Estruturas Metálicas, Parte 1.
Eurocódigo 5, Projeto de Estruturas de Madeira, Parte 1 e 2.
