Contexto Histórico e Urbano

Óbidos, é uma cidade Medieval, com ruelas de paralelepípedos, fachadas coloridas e azulejos antigos. É circundada pela forte muralha do castelo, que lhe confere um ambiente místico e de regresso ao Passado. Integrada no Programa Rede de Cidades Criativas, foi nomeada em 2015 Cidade Literária da Unesco.

 

No lugar da intervenção, existiam ruínas de uma antiga construção espessa, em alvenaria de pedra, com volumes independentes, logradouros e diferentes acessos. Construída no inicio do século XX, apresentava materiais tradicionais e modos de construir tipicamente portugueses. A recuperação dos espaços e da volumetria inicial da casa, é mantida e revitalizada no Projecto de Arquitetura, da autoria da Arq. Maria Vladimira Carvalho.

 

Esta intervenção tem merecido especial atenção e cuidado, pelo valor que as ruínas transportam consigo mas também pelo novo espaço que se oferece a esta vila.

Peças encontradas no Lugar e restauradas

Bernardo Ubert, na sua oficina de Restauro, no Magoito. Cera artesanal.

Princípios de Intervenção

Com áreas pequenas (56,77m2, 60,30m2 + 44,88m2 logradouro, 61,14m2 + 32,62m2 + 27,40m2), os quatro apartamentos, apresentam configurações bastante distintas. Uns, primam pelo seu acesso através de pátios individuais e outros pela sua forma singular.

 

Manteve-se a aparência rústica das construções, assim como o seu aspecto caseiro, que acolhe e convida de forma diferente do habitual em unidades hoteleiras de maior dimensão. Não se quis modernizar o lugar, nem criar conceitos, apenas modernizar a funcionalidade e a relação com o espaço. Nas antigas ruínas, foram encontradas peças que viveram nas divisões desta casa e que foram recuperadas e reintegradas nos mesmos espaços. Menciona-se a título de exemplo, duas mesas, todas as cadeiras, dois guarda fatos, a totalidade das mesas de cabeceira, as arcas, várias mesas de apoio e vários louceiros.

 

O trabalho de restauro é da autoria de Bernardo Ubert que aprendeu as técnicas que aplica com o seu Mestre António Carita, no Magoito.

Conferiu nova vida e brilho aos móveis degradados, pela sua dedicação e perfeccionismo chegando a ficar mais de três dias seguidos a tempo inteiro num único móvel. Começa por consolidar a peça, e, depois de uma limpeza, vê o que será necessário de trabalhos de marcenaria e acabamentos. Costuma fazer a própria cera, misturando, em banho maria, cera virgem de abelha, parafina e carnauva, a que adiciona essência de trebentina). Os tons das tintas que utiliza são sempre misturas de cores.

 

Procurou-se assim, que cada apartamento tivesse a sua identidade, através das cores e acabamentos, tendo-se escolhido as cores Cinza e amarelo para o apartamento Forno. Os móveis brancos ficaram associados aos apartamentos Laranjeira e Little One e a cor azul ao apartamento Jardim. Mereceram também, especial cuidado, os móveis antigos guardados em armazéns da Proprietária Ana Cristina Costa, tendo sido feito um levantamento total no Bombarral e Fontanelas, de forma a poder distribuir e enquadrar as peças nos diferentes apartamentos.

Peças Recicladas,
Recuperadas e Restauradas
ANTES E DEPOIS

BASE DE ROUPEIRO – NOVO MÓVEL DE TELEVISÃO

PAR DE MESAS DE CABECEIRA

APARADOR

MESA DE JANTAR EXTENSÍVEL

CADEIRAS

LOUCEIROS (ARMÁRIOS SUPERIORES PARA COZINHAS ABERTAS)

LAVATÓRIO ANTIGO

(da esqueda para a direita, de cima para baixo)

De forma a adornar alguns dos móveis, foi desenvolvida uma figura que de alguma forma simbolizasse Óbidos e as Mulheres da sua História. Dos tradicionais bordados de Óbidos, surgiu uma figura estilizada que foi aplicada pelo tradicional método do decalque na Fábrica de Azulejos Rugo, no Magoito, em Sintra.

 

Os Bordados de Óbidos foram criados por Maria Adelaide Ribeirete, na década de 50, quando percebeu que os turistas se deslumbravam com as imagens do teto da Igreja de Santa Maria. Deu então inicio a um levantamento dos motivos, através da técnica de um espelho pousado no chão da Igreja. Daqui resultou um conjunto de motivos compostos por arabescos, pássaros, o castelo de Óbidos e a própria designação da vila em “ponto pé-de-galo a cheio e ponto pé-de-flor nos contornos do tecido” sobre linho.

in www.oblogdadmc.com
in tripadvisor.com

Figura Estilizada, aplicada pelo método
de decalque sobre os móveis

Desta figura, surgiu também o símbolo de “Lugares com História”. Joana Oliveira, a Designer gráfica que criou a imagem da marca, aprofundou o tema e propôs um logotipo que apelasse ao mistério e á à surpresa, através de transparências e sobreposições no próprio lettering/logotipo.

 

Cada apartamento será único, quer pela diferença dos espaços e acessos, mas também pelas peças que o compõem. As cores e fragrâncias diferem de apartamento para apartamento, as peças são antigas e recuperadas e após este processo de transformação, voltaram a casa e encontraram um espaço especial para si.

 

CATARINA CABRAL

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